Negócios

Inteligência Artificial

Oferta bilionária para OpenAI

Elon Musk oferece US$ 97 bilhões pela OpenAI , superando até o valor da Petrobras.

11/02/2025, 16:35

Elon Musk e Sam Altman
Elon Musk e Sam Altman
Elon Musk e Sam Altman

No dia 10 de fevereiro de 2025, o mundo da tecnologia parou para assistir a um novo capítulo da rivalidade entre dois dos nomes mais influentes do setor: Elon Musk e Sam Altman. Musk, bilionário conhecido por suas ambições disruptivas, surpreendeu ao liderar um consórcio de investidores em uma oferta de US$ 97,4 bilhões para adquirir o controle da OpenAI, organização sem fins lucrativos que comanda a startup por trás do ChatGPT. O valor, superior ao de gigantes como a Petrobras, não apenas reflete o potencial da inteligência artificial (IA), mas também reacende debates críticos sobre ética, controle corporativo e o futuro do open source.

A proposta, no entanto, foi recebida com ironia e firmeza por Sam Altman, CEO da OpenAI, que a rejeitou publicamente no X (antigo Twitter): "Não, obrigado, mas compraremos o Twitter por US$ 9,74 bilhões se você quiser". A resposta, além de uma provocação à desvalorização da rede social de Musk, sinaliza uma resistência feroz à interferência externa em um momento crucial: a OpenAI busca consolidar sua transição para um modelo com fins lucrativos, um movimento que Musk critica há anos.

Mas por que essa oferta gerou tanto alvoroço? Para além dos números estratosféricos, o embate entre Musk e Altman simboliza uma disputa ideológica. De um lado, Musk defende um retorno aos princípios originais de código aberto e segurança; do outro, Altman argumenta que a monetização é essencial para viabilizar avanços tecnológicos. Neste artigo, exploraremos os impactos dessa proposta, o papel de Sam Altman como guardião da OpenAI e os dilemas éticos que cercam a IA generativa.


Os bastidores de uma guerra bilionária

A proposta de Elon Musk não é apenas financeira, é estratégica. O consórcio liderado por ele, que inclui sua empresa de IA xAI e fundos como Baron Capital e Valor Equity Partners, visa adquirir a entidade sem fins lucrativos que controla a OpenAI. O objetivo declarado é frear a transição da startup para um modelo comercial, realinhando-a com a missão original de "beneficiar a humanidade" através de tecnologias abertas e seguras.

No entanto, Sam Altman não apenas rejeitou a oferta como a classificou de "tática para desacelerar um concorrente". Em entrevistas em Paris, durante uma cúpula de IA, Altman sugeriu que Musk está usando litígios e propostas hostis para ganhar tempo enquanto sua xAI tenta alcançar o sucesso do ChatGPT. "Ele é obviamente um concorrente. Prefiro que ele compita criando um produto melhor".

O subtexto dessa troca é claro: a OpenAI, avaliada em US$ 157 bilhões em 2024 e com projeções de atingir US$ 300 bilhões, tornou-se um ativo intocável. A Microsoft, que já investiu US$ 13 bilhões, e o SoftBank, em negociações para um novo aporte, reforçam a posição de Altman. A recusa de Musk, portanto, não é surpreendente — mas expõe fissuras profundas no ecossistema de IA.


O dilema do open source

Um dos pilares da oferta de Musk é a defesa do código aberto, princípio que orientou a fundação da OpenAI em 2015. Na época, Musk e Altman idealizaram uma organização sem fins lucrativos para desenvolver IA de forma transparente, evitando o domínio de gigantes como o Google. Hoje, porém, a startup adotou um modelo híbrido: enquanto projetos como o GPT-4 têm acesso restrito, ferramentas menores permanecem abertas.

Musk acusa a OpenAI de trair sua essência ao priorizar o lucro — uma crítica que ganhou força com a parceria bilionária com a Microsoft. Em março de 2024, ele processou Altman alegando que a empresa manipulou investidores e violou acordos antitruste. Embora tenha abandonado a ação meses depois, a batalha judicial ressurgiu em agosto, com novas acusações de "práticas anticompetitivas".

Já Altman defende que a monetização é inevitável para sustentar os custos exorbitantes do desenvolvimento de IA. "Precisamos de capital para construir sistemas seguros e úteis", declarou em 2024, após a OpenAI levantar US$ 6,6 bilhões em financiamento. A transição para fins lucrativos, segundo ele, garantirá recursos para competir com rivais como a DeepSeek, startup chinesa que ameaça a hegemonia ocidental.


O projeto stargate e a geopolítica da ia

O timing da oferta de Musk não é aleatório. A OpenAI integra o consórcio Stargate, megaprojeto de US$ 500 bilhões anunciado por Donald Trump para construir infraestrutura de IA nos EUA. Com participação de Oracle, SoftBank e Emirados Árabes, o Stargate simboliza a corrida global por supremacia tecnológica — e Musk, aliado de Trump, teme que a OpenAI priorize interesses governamentais sobre a inovação.

Paradoxalmente, Musk critica o Stargate publicamente, alegando que projetos estatais engessam a competitividade. "A China está avançada nesse campo; precisamos de soluções ágeis, não de burocracia", disse em entrevista à Fox News. Altman, por outro lado, vê no Stargate uma oportunidade para escalar a OpenAI sem depender exclusivamente de investidores privados.


IA entre gigantes

A oferta de Elon Musk pela OpenAI não é apenas uma disputa financeira — é um reflexo de divergências fundamentais sobre o rumo da inteligência artificial. Enquanto Musk insiste em um modelo aberto e sem fins lucrativos, Altman defende que a monetização é crucial para inovar em escala. O impasse coloca em xeque não apenas o futuro da OpenAI, mas também questões éticas: quem deve controlar a IA? Corporações, governos ou a comunidade de código aberto?

A OpenAI, hoje no centro do universo tecnológico, enfrenta um dilema existencial: manter sua independência ou ceder a pressões externas. Seja qual for o desfecho, uma coisa é certa — o futuro da IA será moldado por essa guerra de titãs. E, como lembra Altman, "o conselho decidirá".

Últimas notícias

Últimas notícias

Um produto:

Copyright © 2025 Design Team - Todos os direitos reservados.

Um produto:

Copyright © 2025 Design Team - Todos os direitos reservados.

Um produto:

Copyright © 2025 Design Team - Todos os direitos reservados.

Um produto:

Copyright © 2025 Design Team - Todos os direitos reservados.