Marketing
O vazamento que revelou os bastidores do marketing digital
Documento com críticas anônimas viraliza e acende debate sobre profissionalismo no mercado de influência.
28/01/2025, 23:00
Já imaginou seu trabalho sendo avaliado em uma planilha pública, com notas de 1 a 10 e comentários como “insuportável” ou “profissional exemplar”?
Foi essa a realidade de dezenas de influenciadores brasileiros na última semana, quando um arquivo colaborativo, apelidado de “Planilha dos Influenciadores”, vazou e tomou conta das redes sociais. O documento, supostamente criado por profissionais de agências de publicidade, expôs avaliações anônimas sobre o comportamento, cumprimento de prazos e qualidade de entregas de nomes como Malu Borges, Álvaro, Juliette e Gil do Vigor.
“Briefings engessados e a ausência de diálogo prejudicam ambos os lados”
O que diz a planilha?
Estruturada em colunas como “nome do influenciador”, “nota de 1 a 10”, “relato da experiência” e “dicas para colegas”, a tabela misturava elogios a profissionais pontuais e criativos com críticas contundentes. Enquanto Juliette e Sabrina Sato receberam nota máxima por “energia positiva” e comprometimento, outros, como Malu Borges, foram descritos como “difíceis de lidar”, exigindo “paciência e sabedoria” dos contratantes. Até mesmo Gkay e Álvaro apareceram em relatos sobre atrasos e desentendimentos em campanhas.
Advogados também reforçaram a importância de cláusulas detalhadas, como prazos, multas e registros de comunicação, para resolver disputas.
Feedback é sempre bem-vindo, mesmo anônimo
A polêmica não ficou restrita aos grupos de WhatsApp das agências. Influenciadores citados reagiram publicamente:
Malu Borges gravou um vídeo destacando que as críticas focavam seu lado profissional, não pessoal, “Ninguém disse que sou mal-educada”, reforçou.
Já Álvaro admitiu falhas em atrasos, mas preferiu destacar os elogios: “Escolhi focar no lado positivo”.
Laura Seraphim, por outro lado, celebrou avaliações positivas: “Se for ilusão, sendo elogio, manda pra mãe!”.
O debate que veio para ficar
O vazamento reacendeu discussões sobre a maturidade do mercado de influência, que movimenta R$ 58 bilhões no Brasil. Especialistas como Débora Dias, da Influence Marketing, apontaram a falta de feedback estruturado e a necessidade de contratos claros para evitar conflitos: “Briefings engessados e a ausência de diálogo prejudicam ambos os lados”. Advogados também reforçaram a importância de cláusulas detalhadas, como prazos, multas e registros de comunicação, para resolver disputas.
E agora, marcas?
O episódio mostrou que, em um mercado com 10 milhões de criadores de conteúdo no país, a escolha de parceiros vai além dos seguidores: é sobre transparência e responsabilidade. Enquanto alguns defendem que a planilha seja um “termômetro” para evitar parcerias problemáticas, outros criticam a exposição sem contexto. Uma coisa é certa: nunca um arquivo .csv foi tão discutido nos stories e gerou tanto meme quanto esse.
No fim, a planilha viralizou não só pelas fofocas, mas por revelar um setor em busca de equilíbrio: entre a liberdade criativa dos influenciadores e as demandas rigorosas das marcas. E você, já pensou em como sua equipe avalia seus parceiros?
Fonte: Meio e Mensagem