Tecnologia
Magnetismo no Galaxy S25 Ultra
Porque o alerta sobre ímãs no Galaxy S25 Ultra e sua S Pen gera dúvidas
11/02/2025, 17:10
Um aviso intrigante em um celular premium
O Galaxy S25 Ultra chegou ao mercado prometendo revolucionar a experiência premium com recursos de ponta, desde uma tela imersiva até a versatilidade da S Pen. No entanto, um detalhe peculiar chamou a atenção de usuários e especialistas: um alerta no sistema sobre o uso de ímãs próximos ao dispositivo, que supostamente afetariam o desempenho da caneta. O que pareceu um aviso padrão, porém, esconde uma contradição técnica.
A S Pen, diferentemente de acessórios como a Apple Pencil, não depende de Bluetooth para funcionar. Ela opera por meio de tecnologia eletromagnética, que permite interação direta com a tela sem necessidade de pareamento. Então, por que a Samsung incluiu esse alerta? A questão levantou debates acalorados, especialmente porque a justificativa técnica parece não se sustentar. Será um exagero de precaução ou há algo além dos manuais que ainda não entendemos?
Uma relação sem Bluetooth, mas não imune as interferências
A primeira pista para entender o aviso está na própria tecnologia da S Pen. Enquanto acessórios modernos, como a Apple Pencil 2, usam Bluetooth para funções avançadas (como pressionar botões virtuais), a caneta da Samsung funciona por meio de ressonância eletromagnética (EMR). Esse sistema permite que a S Pen detecte pressão, inclinação e até gestos sem consumir bateria ou exigir conexão sem fio.
No entanto, a ausência de Bluetooth não significa imunidade total a interferências. Ímãs fortes podem distorcer campos eletromagnéticos, afetando a precisão da caneta. É como colocar um altofalante perto de uma TV antiga: o magnetismo interfere na imagem. No caso do Galaxy S25 Ultra, a preocupação pode estar em acessórios como capas magnéticas, suportes para carro ou até dispositivos médicos, que emitem campos capazes de comprometer a calibração da S Pen.
Hipóteses e implicações práticas
A decisão da Samsung pode ser interpretada como uma medida preventiva. Embora a S Pen não use Bluetooth, sua precisão depende de uma fina camada de sensores sob a tela do Galaxy S25 Ultra, que são sensíveis a alterações magnéticas. Um ímã próximo poderia, teoricamente, criar "zonas mortas" na tela, onde a caneta não responderia adequadamente.
Outra possibilidade é a integração com outros componentes. O Galaxy S25 Ultra suporta carregamento sem fio reverso, que usa bobinas magnéticas. A proximidade de ímãs externos poderia interferir nesse sistema, gerando conflitos indiretos com a S Pen. Apesar de plausível, essa teoria ainda carece de confirmação oficial.
Como outras marcas lidam com o magnetismo
A Apple, por exemplo, alerta sobre o uso de ímãs próximos ao iPhone em situações específicas, como em capas com fechamento magnético. No entanto, a empresa não associa o aviso diretamente à Apple Pencil, que também não utiliza Bluetooth para funcionalidades básicas. Já a Microsoft, com sua Surface Pen, menciona riscos de interferência magnética em manuais técnicos, mas sem notificações no sistema.
Isso coloca a Samsung em uma posição singular: o alerta é mais visível, mas menos explicativo. A falta de detalhes técnicos na mensagem — que apenas informa "ímãs podem afetar o desempenho da S Pen" — deixa espaço para especulações, algo arriscado para um dispositivo premium.

Imagem: tecnoblog.net | Notificação do Galaxy S25 Ultra informa sobre interferência de ímãs na S Pen
Um aviso necessário ou um exagero que confunde o usuário?
O alerta sobre ímãs no Galaxy S25 Ultra parece ser um caso de precaução excessiva, mas não totalmente infundada. A tecnologia EMR da S Pen, embora robusta, não é invencível: campos magnéticos intensos podem, sim, comprometer sua precisão. O problema está na comunicação.
Se a Samsung tivesse explicado, por exemplo, que capas com fechamento magnético ou acessórios específicos devem ser evitados, o aviso seria mais útil. Em vez disso, a mensagem genérica gera mais dúvidas — especialmente porque a S Pen não depende de Bluetooth, o que leva muitos a subestimarem o risco.
Para o usuário final, a lição é clara: mesmo em dispositivos de alta tecnologia como o Galaxy S25 Ultra, o magnetismo ainda é um fator a ser considerado. Mas, sem transparência das marcas, até os avisos mais bem intencionados podem se tornar ruído. Afinal, em um mundo cada vez mais dependente de gadgets, até que ponto devemos aceitar alerta sem explicação?
Fonte: Tecnoblog