Inteligência Artificial

Educação

China inclui inteligência artificial no ensino básico

Crianças chinesas começam a estudar IA aos 6 anos

11/04/2025, 21:45

China inclui inteligência artificial no ensino básico
China inclui inteligência artificial no ensino básico
China inclui inteligência artificial no ensino básico

0:00/1:34

Enquanto crianças de seis anos em outros países brincam com blocos de montar, em Pequim, elas já estão aprendendo a programar chatbots. A partir de setembro de 2025, todas as escolas de ensino fundamental e médio da capital chinesa terão aulas obrigatórias de inteligência artificial (IA) em seu currículo. Essa decisão não é apenas uma reforma educacional — é um movimento estratégico para consolidar a China como líder global em tecnologia. Mas o que exatamente está por trás dessa iniciativa, e como ela pode influenciar o mundo?  


A estratégia por trás das aulas de IA nas escolas chinesas

A China não está apenas ensinando crianças a usar ferramentas tecnológicas. Está construindo uma geração capaz de criar essas ferramentas. Com um mínimo de oito horas anuais dedicadas ao tema, as aulas serão integradas a disciplinas como ciências e tecnologia da informação ou oferecidas como cursos independentes. Para alunos do ensino fundamental, o foco está em experimentação e conceitos básicos, como interação com robôs educativos. Já no ensino médio, os estudantes desenvolvem projetos práticos, desde aplicativos de reconhecimento facial até soluções para agricultura urbana.  

Essa abordagem reflete um plano maior: o governo chinês investiu US$ 55 bilhões em semicondutores e IA em 2024, segundo o Ministério da Ciência e Tecnologia. A iniciativa escolar complementa esforços como o desenvolvimento do DeepSeek, um chatbot que rivaliza com o ChatGPT, mas consome 80% menos energia. "A IA é a chave de ouro para nossa educação", declarou o ministro Huai Jinpeng durante o anúncio da política.  


Do laboratório à sala de aula  

Em uma escola piloto no distrito de Haidian, alunos de 10 anos já programam robôs para simular ecossistemas marinhos. Esse é um dos 184 projetos testados desde 2024, que serviram de base para a expansão nacional. O currículo é dividido em três fases:  

  1. Ensino Fundamental (6-11 anos): Introdução lúdica à IA através de jogos e kits de montagem. Crianças aprendem a treinar algoritmos simples para reconhecer formas ou cores.  

  2. Ensino Médio Inicial (12-14 anos): Aplicações práticas, como usar IA para otimizar rotas de transporte escolar ou analisar dados ambientais.  

  3. Ensino Médio Avançado (15-17 anos): Desenvolvimento de projetos inovadores, muitos em parceria com universidades e empresas como a Unitree Robotics, fabricante de robôs quadrúpedes.  

Apesar do entusiasmo, desafios persistem. Apenas 30% dos professores de Pequim têm formação em IA, segundo dados oficiais. Para resolver isso, a Comissão Municipal de Educação lançou um programa de capacitação em parceria com a Universidade de Tsinghua, onde docentes aprendem a usar ferramentas como o DeepSeek Edu, uma plataforma adaptativa que personaliza conteúdos.  


Quem está preparando melhor as crianças para a era da IA?  

Enquanto a China avança, outros países tentam acompanhar. A Itália testou IA em 15 salas de aula em 2024, focando em tutores virtuais para matemática. Já a Califórnia (EUA) aprovou uma lei para incluir alfabetização em IA nos currículos, mas sem obrigatoriedade. A diferença crucial está na escala: Pequim implementa a política em 2.300 escolas de uma só vez.  

Especialistas apontam que a vantagem chinesa não está apenas nas horas de aula, mas na integração com a indústria. Alunos do ensino médio têm estágios em empresas como a SenseTime, líder em reconhecimento facial, onde aplicam teorias em projetos reais. "Não estamos formando usuários, mas inventores", explica Li Wei, professora de uma escola técnica em Xangai.  


O que o Brasil pode aprender com esse modelo?  

Aqui, 40% das escolas públicas não têm laboratório de informática, segundo o INEP. Enquanto isso, na China, até escolas rurais receberam kits de robótica em 2024. A lição não é copiar o modelo, mas adaptar seus princípios:  

  • Parcerias público-privadas: Empresas como a Huawei já oferecem cursos online gratuitos em português. Por que não integrá-los ao currículo?  

  • Foco na aplicação prática: Invés de teorias abstratas, ensinar IA através de problemas locais, como previsão de enchentes ou otimização de colheitas.  

  • Capacitação docente: Utilizar plataformas como a Coursera para treinar professores em ferramentas de IA acessíveis, como o ChatGPT for Education.  

Quando perguntado sobre o impacto das aulas de IA, Zhang Liang, um aluno de 12 anos de Pequim, respondeu: "Aprendi a programar um drone para entregar medicamentos em zonas de isolamento durante pandemias.” Sua professora complementa: "Eles não temem a tecnologia — a dominam."  


Afinal, como diz um provérbio chinês adaptado: "A melhor hora para plantar uma árvore foi há 20 anos. A segunda melhor é agora."  

Fonte: Hardware

Últimas notícias

Últimas notícias

Um produto:

Copyright © 2025 Design Team - Todos os direitos reservados.

Um produto:

Copyright © 2025 Design Team - Todos os direitos reservados.

Um produto:

Copyright © 2025 Design Team - Todos os direitos reservados.

Um produto:

Copyright © 2025 Design Team - Todos os direitos reservados.