O fenômeno das filas em São Paulo

Nos últimos dias, um novo fenômeno chama a atenção nas redes sociais: longas filas em São Paulo, onde brasileiros estão trocando imagens de suas íris por R$ 700. Essa prática, que pode parecer saída de um filme de ficção científica, está ligada ao projeto World ID, liderado por Sam Altman, CEO da OpenAI.

“No Brasil, a adesão tem sido impressionante, com mais de 100 mil registros em apenas dois meses.”

O que é o World ID?

O World ID é uma iniciativa que visa criar um "passaporte de humanidade" através do escaneamento da íris, diferenciando humanos de robôs na internet. Em troca, os participantes recebem recompensas em worldcoins, uma criptomoeda que já figura entre as 75 mais valiosas do mercado. No Brasil, a adesão tem sido impressionante, com mais de 100 mil registros em apenas dois meses.

Imagem: WorldApp

Questões de privacidade e segurança

Apesar do aparente benefício financeiro, a troca de dados biométricos por dinheiro levanta preocupações significativas sobre privacidade. O processo de registro da íris é realizado por um dispositivo chamado Orb, que coleta dados extremamente sensíveis. A empresa Tools for Humanity assegura que o procedimento é seguro, mas a ideia de entregar informações tão pessoais a uma grande empresa de tecnologia gera desconfiança.

Precedentes internacionais e preocupações locais

Em outros países, como o Quênia, operações semelhantes foram suspensas devido a preocupações com o uso dos dados. Na Espanha, a Suprema Corte proibiu a iniciativa no final de 2024. No Brasil, o incentivo financeiro tem atraído principalmente pessoas de baixa renda, que veem na tecnologia uma oportunidade rápida de ganhar dinheiro. No entanto, muitos se perguntam sobre o verdadeiro custo de "vender a alma", ou melhor, o olho ao digital.

Enquanto a tecnologia avança e oferece novas formas de interação e identificação, é crucial que as questões de privacidade e segurança sejam cuidadosamente consideradas. O que parece ser uma oportunidade financeira pode ter implicações profundas e duradouras na vida das pessoas. Portanto, é essencial que cada indivíduo avalie os riscos e benefícios antes de participar de iniciativas como o World ID.